domingo, 23 de maio de 2010

Minha vida, meus mortos: a trama capilar

Os fios se aglomeram, entrelaçam,
A trama ganha volume
Passagem da linha para a massa

Corta-se da cabeça o que já não é mais
Cabelo é coisa morta que cultivamos
Cortejando a morbidez
(negação do efêmero)

O orgânico se desvincula do vivo
Assume-se morto e vira objeto
Resta a contemplação

A arte busca resgatar a vida contida no fio
Criar novos vínculos
Compreender a organicidade
Tramar o sensível
Reinventar

O cabelo é moldável.


















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